''FERNANDO DUARTE DE CONTRA REGRA DE MARILIA PÊRA A ESCRITOR DE MONTAGENS''
De contrarregra de MARÍLIA PÊRA
a escritor de montagens dirigidas pela atriz-
e estreladas por DANIELLE WINITS e CLAUDIA OHANA,
FERNANDO DUARTE estreia em 2017 sua nova peça,
“Além do que os nossos olhos registram”,
com SILVIA PFEIFER no elenco.
“Fernando era contrarregra e camareiro.
Conhece perfeitamente os interiores de um palco de teatro.
E conhece profundamente atrizes, atores, cantores,
produtores, diretores, assistentes,
e agora começa uma carreira de autor e produtor.”
Trecho do texto que Marilia Pêra escreveu para
o programa do espetáculo Callas
A peça “Depois do Amor” parte do encontro
de Marilyn Monroe com uma velha conhecida
para revelar a mulher por trás do mito.
Estrelada por Danielle Winits,
a peça foi o último trabalho de direção de Marília Pêra
e estreou no mesmo dia da morte da atriz,
em 5 de dezembro de 2015.
Parecia inacreditável para Fernando Duarte,
autor da peça, que a vida teria que seguir adiante,
sem aquela que havia lhe ensinado e incentivado tanto.
Danielle Winits e Fernando Duarte
Foto: Cristina Granato
Natural do Espírito Santo, Fernando Duarte
conheceu Marília Pêra no Rio de Janeiro,
cidade que chegou aos 15 anos.
Na época, um vizinho trabalhava com Berta Loran
e o chamou para ajudá-lo.
Começava ali o seu amor pelo teatro.
De camareiro, o menino passou
a contrarregra, depois assistente de produção
e finalmente produtor executivo.
No meio deste caminho ele conheceu Marília Pêra.
“Lembro-me da primeira vez que a vi.
Eu tinha tanta consciência de sua importância,
que fiquei paralisado diante da grande dama.
Ela me olhou e disse: boa noite. Seja bem vindo.
Agora vamos trabalhar?” E foi trabalhando
com ela que eu aprendi a cuidar de cada espetáculo
como um médico cuida de uma vida.”
Em 2011, já como produtor executivo,
Fernando participava da produção
de uma comedia com a atriz CAMILA MORGADO,
sobre doenças comportamentais.
Ele escreveu um esquete inspirado em
uma tia hipocondríaca e mostrou ao diretor,
que incluiu a cena no espetáculo.
“Foi assim a minha estreia como dramaturgo”, conta.
Pouco tempo depois escrevi uma peça baseada
em historias reais que colhi em vários asilos.
Mandei o texto para MAITÊ PROENÇA,
que fez uma adaptação que resultou em
“A beira do abismo me cresceram asas”,
sucesso estrelado pela própria atriz.
Apaixonado pela cantora lírica MARIA CALLAS,
FERNANDO resolveu comemorar os seus 90 anos com um
novo texto: “Callas”. Sabendo que Marilia
também era louca pela soprano, ele mandou o texto
para a atriz, que aceitou dirigir o espetáculo, que seria
estrelado por Claudia Ohana e Cássio Reis.
“Eu sinto muita falta dela. A saudade é grande
e desconfio que não vai passar.
Gosto de pensar que Marília está em algum lugar incrível
conversando com Maria Callas sobre musica
e como cuidar das cordas vocais”, fala Fernando,
que após a temporada de “Depois do Amor”,
entre 2015 e 2016,
já está com três novos projetos para 2017:
· “Adorável companheiro”, um outro texto
escrito para Danielle Winits;
· “A Imperatriz em seus domínios”, uma comédia musical que se passa em 1930 nas coxias do teatro, antes de abrir o pano, que terá direção de Luis Artur Nunes e direção musical de Alexandre Elias;
· “Além do que os nossos olhos registram”,
escrita para SILVIA PFEIFER, que interpretará
uma mulher cheia de preconceitos que vive as turras com a filha.
Fernando Duarte. Foto: Leo Castro